segunda-feira, 28 de abril de 2014

CRÔNICA


CRÔNICA DE UMA PASSEATA - OUTROS GRITOS

Preso à minha classe, à minha ideologia, à minha cor , vou pela rua cinzenta e me extravio entre os milhares,leio suas faixas e ouço seus brados para saber quem me torna, quem sou. Não perco consciência da minha identidade, das minhas convicções ,mas me misturo á massa e quero ser mais de um.

Aprecio alguns que empunham cartazes inesperados,que preferem gastar sua tinta contra a Fifa, essa entidade que quer se engastar por aqui e impor um regime de exceção: feito de monopólios, despejos forçados,especulações. Consigo ser então um jovem que mais critica do que se empolga com o futebol, embora saiba que assistirei ao próximo jogo da seleção.

Afasto-me desse núcleo e mais mudanças se produzem em mim: sou agora um jornalista atacando a imprensa tradicional, sou um anarquista, sou um metroviário reclamando o reajuste salarial, gritando a plenos pulmões contra o governador.

Distraído, me aproximo de facções que não obtêm minha apreciação: estranho jovens em efusão patriótica envoltos em bandeiras do Brasil, cantando o hino como jamis se canta, com entusiasmo febril. Seus gritos são velhos libelos contra toda política, ou contra o PT e a nova classe dominante, a pauta já desgastada da corrupção somada a pedidos vagos por saúde, educação.

Quando cruzam com grupos empunhando bandeiras de uma mesma cor, entoam seus gritos de rejeição, sem partido, sem partido, tentando abafar qualquer dissenso. A eles não me uno, acometido pelo sutil temor de uma cooptação, de uma espoliação reacionária do movimento popular. Devo seguir até o enjoo?, me pergunto sentindo pela primeira vez um desalento, o cansaço nas pernas.


ANÁLISE DA CRÔNICA
A crônica relata um acontecimento atual, os protestos que aconteceram no Brasil por causa da Copa. O autor da crônica quer dizer que os jovens estão mais empolgados com as críticas do que com a Copa que está por vir, e ele acaba indo protestar junto com os jovens e muitos vão apenas para destruir os patrimônios da cidade.

jkhhhh

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